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VALDEVINO PAIVA
VALDEVINO NEVES PAIVA (1934-2008)
Valdevino Neves Paiva nasceu em Santo Amaro da purificação no dia 29 de novembro de 1934, filho de José Cupertino das Neves Paiva e Beatriz dos Anjos Neves Paiva. Aos cinco anos passou a residir em Camaçari. Venho para Maracangalha, distrito de São Sebastião do Passé na década de 1950 trabalhou como químico industrial da Usina Cinco Rios.
Foi diretor do grupo Escolar de Cinco Rios, Professor de Química do colégio municipal Dr. João Paim, vereador por dois mandatos e Secretário Municipal da Administração e da educação durante 12 anos consecutivos. Foi Oficial de Registro Civil do cartório de Maracangalha. Participou de várias publicações de poesias e participou de duas coletâneas em Camaçari e no Rio de Janeiro e participou de várias academias relacionadas a literatura.. Em 1966 publicou o livro Maracangalha – Torrão de Açúcar – Talhão de Massapé. Valdevino Paiva faleceu no dia 28 de dezembro de 2008 aos 74 anos de idade.
NOSSO CAMINHO ( A ultima poesia do poeta)
Quando eu morrer, em cova simples, rasa
Quero abraçar o seio da mãe-terra
Cansado de lutar (a vida é guerra!)
Do pó ao pó – retorno à mesma casa!
Odeio o negro mármore que abraça
Num gesto falso a glória da ilusão
Granito ou cova – A mesma podridão
Nadando em sânie de final desgraça!...
Rei ou poeta, prostituta ou virgem,
Pastor ou padre, artista ou vagabundo,
Quando se vão pras plagas do outro mundo
Não levam mala, ouro, saber, origem!...
Por isso é tão igual todo esqueleto
Dos que viveram sob o mesmo céu
Dos da cova, do mar, do mausoléu,
Do índio, do branco, do mongol, do preto!
Que é do poeta, o magistrado, o rei
O bom, o mau, o marginal, o otário?
Cumprem no mesmo chão do campanário,
Do Pai Eterno a soberana lei!
Uns, já não veem as luzes da mansão;
Outros – a frágil luz dos candeeiros
Ali não há mendigos nem guerreiros,
Nivelados ao rés do mesmo chão.
Do pó ao pó – retorno à mesma casa,
Onde não jazem homens desiguais!
Quero, portanto, meus restos mortais
No leito exíguo de uma cova rasa!