ARTE, CULTURA E AUTOCONHECIMENTO PARA MELHOR QUALIDADE DE VIDA


Vingança

12/01/2012 15:22

 

 VINGANÇA

 

 

A peste abate as bordas do amor

Desconfia da alma dilacerada

Embaralha ódio, entorpece úmido pavor

Descasca a crosta da verme ornamentada

 

De que fala língua? Serpentina de ilusão!

Fugirás da fonte que seca as vísceras eternas

Zelará pela miséria do não perdão

Enquanto o funil goteja o veneno da hera

 

Aquece a desventura e o empreendimento

Eterna  força dos minutos, enxutos

Não fugiras, nem que queiras, do gozo do momento

Ela virá grande e quente como chamas dos dutos

 

Quando chegar a sorte da morte

Paixão que impulsiona a vida

Restará o gosto amargo do veneno nobre

Ilusão do desejo de felicidade querida

 

Não, não... Quanto investimento em vão!

Paixão articulada em prol de um lúdico desenfreado

Estrutura sem base rodeia os ares e te arranca do chão

De que falas mente alheia e doída neste frio gelado?

 

Vingança! É esta a força de atração

Sem moral da história, nem memória

Conturba a mente, a língua e a razão

Morre a lógica, vitória sem glória

 

Fala ao som do vento e expurga teu pensamento

Deixa ir... Que vá! Para outra flor desabrochar

Foges do hálito frio com odor de excremento

Perca-se ao calor do vento, para se reencontrar.

 

 

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