Parada Gay-2012

 

Participar da Parada Gay de São Sebastião do Passé foi uma honra e de grande aprendizado na minha vida. Aprendi que precisamos relacionar o nosso discurso com a nossa prática, pois dizer que não tem preconceito e na hora de provar isso, ficar em cima do muro é no mínimo, hipocrisia.

 

A diretoria da Associação ADAMOR convidou sete mulheres que, para ela, se mostravam simpatizantes do Movimento GLBTs. Não sei o critério que usaram para selecionar esses nomes, mais creio que a escolha do meu nome foi devido ao meu trabalho com a cultura e especificamente com o teatro no município. Além disso, por saberem que apóio e defendo qualquer tipo de minoria social sujeita ao preconceito. Acredito também que as questões de gênero devem ser levadas ao debate e a Parada Gay é sem dúvida, um modo de produção artístico e cultural que coloca em evidencia discussões que deságuam em futuras transformações sociais.

 

A Sétima edição da Parada Gay de São Sebastião do Passé foi um sucesso. Evento ordeiro, organizado e com uma energia de festa de celebração da vida e neste caso também da diversidade. Lá pude ouvir o discurso do jovem Diego pedindo aos pais que amem e aceitem seus filhos homossexuais, discurso esse que me emocionou, pela sinceridade do depoimento de vida.

 

De cima do trio elétrico pude constatar a grandiosidade do evento e a multidão que o seguia. Homossexuais, Bissexuais, Transexuais e Heterossexuais caminhando juntos. Decretando a necessidade de dizer “não” a todo tipo de preconceito e a violência que se pratica em nome desse preconceito. Sem me preocupar com dados oficiais calculo em média que dez mil pessoas transitavam na Praça Doze de Outubro no dia 05 de agosto de 2012.

 

O único político que vi na parada, foi o fundador da ADAMOR Well Andrade, que por ser candidato a vereador e por questões éticas evitou subir no trio e tirar vantagens para a sua campanha apesar de ser um dos organizadores do evento, um exemplo a ser seguido. O resto, e chamo de resto de propósito, não vi nem sinal. Estou certa de que neste período eleitoral, se fosse um enterro, os políticos estariam todos lá; se fosse um culto também

e certamente na festejo do Glorioso São Roque, co-padroeiro da nossa cidade estarão lá representando o papel de “bom samaritano”.

 

Quanto a Parada Gay de São Sebastião do Passé, parabenizo a presidente da ADAMOR Jheovana Hotmam que mostrou sua competência na produção do evento, a meus amigos Vovô Peres e André Bufê que se doaram para o brilho e sucesso dessa festa e a todas as pessoas que me prestaram esta homenagem.